Austrália de tempos em tempos
A Austrália é um país que deixou suas marcas no concurso Miss Universo, e particularmente em duas ocasiões: durante a década de 1970 e, bem recentemente, a partir de 2004 – quando obteve a coroa máxima. Curiosamente, apesar deste índice considerável de vitórias, a participação do país no concurso é instável e não há uma tradição instaurada de concursos locais, como acontece com potências como Venezuela, México, EUA, Colômbia ou Porto Rico (para ficar apenas nas Américas); ou em países asiáticos fanáticos como Filipinas, Indonésia, Japão ou Tailândia.
Rigorosamente, não há uma tradição constituída para a eleição das misses locais. Em alguns anos, a escolhida se deu por casting ou, até mesmo, convite deliberado pela representação que configura a delegação australiana. Em diversos anos, o país sequer enviou candidata – dando ainda mais provas de que estes concursos não são lá muito populares na Oceania.
Ainda assim, superando todas as expectativas, há épocas em que o favoritismo desponta e permanece por alguns anos, de forma bastante concentrada. Vejamos.
Até 1969, a Austrália participou esporadicamente do concurso Miss Universo e não tinha grande tradição de resultados positivos (dois resultados médios, apenas). Surpreendentemente, em 1969 e 1970, o país alcança seguidamente a terceira colocação. No ano seguinte, vai mais longe e fica com o vice-campeonato, para em seguida eleger sua primeira Miss Universo, em 1972, quando a belíssima Kerry Anne Wells venceu a atriz brasileira Rejane Vieira da Costa, na finalíssima.
Após a vitória, alguns resultados medianos esparsos vieram nos anos seguintes até o país voltar a ser plenamente um coadjuvante na disputa. Entre 1989 e 1997 – quando também esteve ausente em algumas edições, novos resultados mornos, com alguns prêmios de consolação e tops.
Mas, explosivamente, o país retorna ao topo em 2004, quando Jennifer Hawkins e seu rebolado marcante, para além da sensualidade cortante de seu vestido, superou favoritas como a norte-americana Shandi Finessey e a porto-riquenha Alba Reyes e venceu a disputa, polemicamente.
Desde então, o país vem galgando posições e, especialmente a partir de 2008, vem obtendo resultados expressivos, semelhantes às vésperas da eleição de Kerry Anne Wells. Em 2008, Laura Dundovic foi mais longe do que devia e petiscou classificações até o Top 10. Em 2009, Rachael Finch galopou até o quarto lugar (para muitos, deveria ter vencido; suas notas eram altíssimas, apesar se sua beleza ser considerada comum). Mas em 2010 Jesinta Campbell foi ainda mais longe, beliscando o terceiro posto, além do prêmio de Miss Simpatia.
Com resultados tão fortes, não surpreenderia que a força do concurso deslanchasse na ilha-continente e que, em breve, o país levasse mais uma coroa para a Oceania.
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